Tem quem torça o nariz para tampa de rosca e quem ache rolha de cortiça coisa do passado. Mas afinal, existe uma melhor? A rolha influencia no sabor do vinho? E por que existem tantos tipos diferentes? Se você já teve essas dúvidas, este post é pra você. Vamos descomplicar o assunto e mostrar o que realmente importa na hora de abrir (e curtir) uma garrafa.

 

1. Rolha de cortiça natural

Feita de: casca do sobreiro (uma árvore típica de Portugal)
Usada em: vinhos finos, com potencial de guarda

Vantagens:

  • Permite micro-oxigenação ao longo do tempo, o que ajuda vinhos de guarda a evoluírem.
  • Tem tradição, charme e até aquele “ritual” ao abrir.

Desvantagens:

  • Pode ressecar e esfarelar com o tempo.
  • Sujeita ao chamado gosto de rolha (TCA – um defeito que dá cheiro de mofo).
  • Requer saca-rolhas.

Ideal para vinhos que serão armazenados por muitos anos.

 

2. Rolha técnica ou aglomerada

Feita de: partículas de cortiça prensadas, com ou sem discos de cortiça natural nas extremidades

Vantagens:

  • Mais barata que a cortiça natural.
  • Boa vedação por curto ou médio prazo.

Desvantagens:

  • Não favorece a evolução em longo prazo.
  • Pode ter menor apelo visual e sensorial.

Comum em vinhos jovens, pensados para consumo rápido (em até 2–3 anos).

 

3. Screw cap (rosca metálica)

Feita de: alumínio com vedação interna
Usada em: vinhos modernos, principalmente brancos e rosés

Vantagens:

  • Prática, abre fácil e dispensa saca-rolhas.
  • Vedação perfeita: zero risco de oxidação ou contaminação por TCA.
  • Mantém a fruta e o frescor do vinho jovem.

Desvantagens:

  • Não permite evolução com oxigenação lenta.
  • Ainda sofre preconceito entre consumidores mais tradicionais.

Ideal para vinhos frescos, frutados e de consumo imediato.

 

4. Rolha sintética (plástica)

Feita de: polímeros alimentares
Usada em: vinhos acessíveis ou de entrada

Vantagens:

  • Sem risco de TCA.
  • Baixo custo.
  • Fácil de manusear.

Desvantagens:

  • Menos sustentável.
  • Pode deixar o vinho mais exposto à oxidação com o tempo.
  • Difícil de reutilizar após aberta.

Funciona bem em vinhos simples, que não exigem envelhecimento.

E a sustentabilidade?

  • Cortiça natural: é 100% biodegradável e renovável. Ótima opção ecológica.
  • Screw cap e sintética: recicláveis, mas menos sustentáveis que a cortiça.
    A escolha também depende do compromisso ambiental da vinícola.

 

A rolha ideal depende do tipo de vinho, do estilo da vinícola e da proposta do rótulo. Não se engane: a qualidade do vinho está mais ligada ao que está dentro da garrafa do que ao tipo de fechamento.
Quer guardar por anos? Vá de cortiça. Vai abrir no próximo fim de semana? Screw cap vai muito bem!